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Alexandre Machado
GERENTE RESPONSÁVEL

Eficiência no varejo: reduza custos, aumente a rentabilidade e encante clientes fazendo o básico bem-feito

eficiência é elemento crucial para o sucesso de empresas do setor de Varejo e Bens de Consumo. Quando uma empresa é eficiente, ela consegue gerenciar seus recursos e processos de forma mais efetiva, reduzindo custos e aumentando rentabilidade. Além disso, a eficiência permite oferecer melhores produtos, preços, serviços e experiências de compra aos consumidores, o que pode potencializar satisfação e fidelidade.

No entanto, muitas empresas parecem estar subestimando a importância da eficiência operacional em seus negócios. Custos operacionais podem facilmente minar os resultados da empresa, especialmente em momentos de crise ou pressão econômica.

Reduzir o desperdício e simplificar os processos de negócios podem proporcionar economia de custos com impacto direto nos resultados – mesmo para aquelas empresas que parecem estar nadando em “águas tranquilas”.

Parece óbvio, não?

Ainda assim, poucas ações são observadas na prática. Isso certamente levanta dúvidas sobre a capacidade real das empresas de varejo em inovar e se adaptar rapidamente às mudanças do mercado.

A eficiência tem sido o assunto mais abordado em congressos de varejo e nas reuniões empresariais. É um pilar fundamental, pois sem ela não há recursos disponíveis para investir em novas tecnologias, automação de processos, treinamento de equipes e outros projetos importantes para a empresa se manter competitiva e sustentável.

Vale ressaltar que o varejo brasileiro enfrentou vários momentos de crise ao longo dos últimos anos e a crise iniciada em 2014 somada à pandemia da Covid-19 foram particularmente desafiadoras para o setor. Algumas empresas foram capazes de se adaptar e se fortalecer, enquanto outras estão lutando para sobreviver.

Vamos aos fatos. Em 2022, o volume de vendas do comércio varejista apresentou um crescimento de 1%, de acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, esse resultado foi considerado o pior do setor desde 2016, quando houve uma queda de 6,2%.

Mostra do atual momento são exemplos recentes de Americanas, Marisa, Tok&Stok, Amaro, Centauro, dentre outras que tiveram que vir a público para se explicar e pedir ajuda. Cada empresa com suas particularidades e diferentes raízes para os problemas.

Ao analisar as informações públicas das principais empresas de varejo listadas na bolsa, é possível notar que, embora a receita líquida tenha crescido timidamente (15%) em relação ao ano de 2021, o lucro líquido apresentou uma queda significativa (69%). O segmento de Eletromóveis foi responsável por mais de um terço (35%) da queda observada.

Quadro: Análise de desempenho das empresas de varejo. Fonte: Empresas – Relatórios para investidores / Análise BIP

Não é privilégio do Brasil. O recente anúncio da Amazon sobre o fechamento de um terço de suas lojas Amazon Go deixa claro que a eficiência deve ser uma preocupação para empresas de varejo no âmbito global.

Quadro: ofensores que contribuem para incertezas no consumo e alavancas potenciais para aumento da eficiência nas empresas de varejo

Eficiência é uma temática técnica e especializada, suas aplicações se dão em atividades simples, cotidianas e pouco glamurosas.

Por exemplo, reduzir o tempo de espera nas filas do caixa pode melhorar consideravelmente a satisfação do cliente e, por consequência, incentivar a fidelidade à marca. Da mesma forma, um sortimento bem-organizado e objetivo tende a tornar mais fácil para os clientes encontrarem o que procuram e assim agilizar o processo de compra.

O que e como podem ser feitas as mudanças

Embora não seja o objetivo criar um playbook completo aqui, é importante ressaltar que as alavancas de produtividade que contribuem diretamente para o aumento da eficiência no varejo devem ser trabalhadas por meio de técnicas e ferramentas específicas.

Como exemplos:

  • Redistribuição, alteração ou simplificação das atividades que acontecem na Loja e não geram valor para o negócio;
  • Centralização das atividades burocráticas na Matriz, CDs ou Regionais;
  • Revisão das políticas e práticas que impedem a fluidez dos processos e reorienta as equipes na tomada de decisões, em vez de tarefas administrativas de baixo valor;
  • Terceirização de atividades não core quando há empresas competentes, mais eficientes e com baixo risco para o negócio;
  • Automação e/ou digitalização das atividades / melhorias de sistemas sobrando tempo para atividades mais nobres.

Existem diversas soluções de automação de processos aplicáveis ao varejo:

  • Automação de atendimento ao cliente: Chatbots e assistentes virtuais podem ser utilizados para fornecer suporte aos clientes em tempo real, responder perguntas frequentes e até ajudar nas compras.
  • Automação de marketing: Envio de e-mails personalizados, campanhas segmentadas, ações automatizadas em redes sociais e simulação de ações com maior ROI.
  • Automação de processos financeiros: Emissão de notas fiscais, gestão de contas a pagar e receber e facilitação da conciliação bancária.
  • Automação de processos de vendas: Gerenciamento de pipeline, follow-up com leads e relatórios de desempenho.
  • Automação de processos de estoque: Monitoramento de movimentação de produtos, controle de entrada e saída de mercadorias, gerenciamento de inventário e armazenamento otimizado.

Os resultados positivos das ações de automação podem ser percebidos rapidamente após sua adoção e exestem diversos casos reais que comprovam isso.

Tabela: resultados positivos das ações de automações

Apesar dos desafios, há boas notícias. Tecnologias e métodos ágeis com resultados rápidos estão disponíveis para o varejo. É crucial estar sempre atento às tendências do mercado e mudanças no comportamento do consumidor, adaptando-se rapidamente e oferecendo soluções inovadoras para atender às demandas do público-alvo e dos clientes internos.

Não é complexo, não é reinventar a roda. Eficiência passa por revisão dos processos e tecnologia muito mais do que por inovação. Quem for ágil, sai na frente. O problema é que muitas empresas não estão nem conseguindo fazer o “arroz com feijão”. É o básico bem-feito que pode te diferenciar e fidelizar os seus clientes.

Nota: Aqui na BIP atuamos na transformação e gestão de grandes organizações com desafios complexos.

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